terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O Ensino de Geografia e suas Linguagens


Resenhando estava eu, um livro muito interessante de um querida professora e resolvi postar aqui uma espécie de rascunho para contemplação de algum possível leitor, ou para simplesmente registrar no mundo digital algumas palavras minhas!
Este livro explicita-nos bem a importância da Geografia e as várias maneiras com que ela possa ser trabalhada!
As experiências que temos em sala de aula, nos leva a refletir sobre uma nova prática para o processo de ensino-aprendizagem. O professor como mediador desse processo deve disponibilizar diferentes oportunidades de interação em sala de aula, fazendo a diferença no uso de diferentes linguagens na aula de geografia.
O aluno também tem que perceber que um espaço não surge pronto e acabado, mas que vários elementos os formaram e esses elementos sofrem alterações com o tempo. A compreensão de tempo e espaço permite perceber melhor o processo de transformação dos lugares e os elementos que o formam.
A geografia aborda as noções de espaço, e isso pressupõe compreender o lugar como uma paisagem que ganha significado para os que vivem e a constroem.
O uso de diferentes linguagens nas aulas de geografia mobiliza uma construção do conhecimento, de forma interdisciplinar e contextualizada buscando contribuir para a complementação dos temas predispostos no elenco de conteúdos anuais, deixando claro que a geografia é uma ciência ligada à vida e, portanto, ligada ao cotidiano do aluno. O uso de linguagens já foi incorporado em manuais didáticos, mas não é desse tipo de aula que há que ser feita, aulas que levam uma reflexão problematizada.
A construção do saber geográfica é uma tarefa que exige não somente conhecimento teórico, mas despertar o interesse dos alunos em cada uma de nossas aulas. É fundamental para a sala de aula.

Citando as autoras
"Diante dos múltiplos desafios do futuro, a educação surge como um trunfo indispensável à humanidade na construção dos ideais de paz, liberdade e justiça social."
( RUDNICK, R. e SOUZA, S. Pág. 24).

Há uma necessidade de atualização dos países diante do dinamismo comercial da globalização e há países que se destacam e outros que ficam à sua periferia. Por isso que a geografia não pode ser meramente descritiva, pois nós participamos desse mundo.
A geografia atual leva em conta o mundo que vivemos e respeita o aspecto social do aluno.
A geografia escolar precisa se aproximar mais do educando, o simples repasse de dados não estimula o aluno.
O ser humano é curioso para descobrir tudo sobre os fatos que os cerca, e a geografia, abre a mente do educando e os Parâmetros Curriculares Nacionais nos esclarece muito, sobre o que os alunos, inseridos nesse contexto, deveriam ter absorvido de conhecimento.
A geografia foi guiada pelo desejo de observar mais diretamente, cada vez mais atentamente as realidades naturais.
A geografia é a ciência dos lugares e não dos homens.
A escola deve viabilizar ao aluno a aplicabilidade desses conhecimentos adquiridos, e cabe a geografia levar o educando, por meio do pensar, a ter ou formar a sua visão de mundo.
A criança segundo Piaget possui uma lógica de funcionamento mental diferente dos adultos, e baseando-se nessas diferenças diminui como desenvolvimento cognitivo, caracterizado por várias faz e etapas que são elas: a sensoriana, pré-operatória concreta, e operatória formal.
Em contrapartida Vygotsky preocupa-se em “resumir as concepções da relação entre desenvolvimento e aprendizagem em três grandes posições teóricas”.
A primeira posição pressupõe que os processos de desenvolvimento são independentes do aprendizado. A segunda posição postula que o aprendizado é desenvolvimento e por fim a terceira tenta superar os extremos das outras duas, combinando-as.
Toda aquisição de uma resposta em particular, aumenta a capacidade global.
As capacidades mentais funcionam independentemente do material com que eles operam, e o que o desenvolvimento de uma capacidade promove o desenvolvimento de outras.
Como forma de interação social a fala é utilizada na formação e organização do pensamento complexo e abstrato individual, guiando o pensamento da criança e gradativamente a mesma adquire a capacidade de se autorregular.
A vida hoje em dia é muito dinâmica e o espaço que uma pessoa ocupa hoje pode ser de outra amanhã, daí a importância do conhecimento e da compreensão do lugar que se ocupa no espaço.
O espaço geográfico é único, porém mutável. Não existe uma paisagem igual a outra pois ela está em uma constante mudança.
Com o passar dos anos o ser humano passa a perceber o espaço que ele ocupa, e consegue ter uma idéia clara de seu papel nesse espaço e tempo. No início de sua vida descobre o seu próprio corpo, essa exploração é feita por meio dos sentidos, vivendo o mundo exterior sem diferenciá-lo de si.
É função de a escola oferecer condições para que a criança saia do seu egocentrismo, diferenciando o seu mundo do mundo que o rodeia, conceituando espaço como lugar, diferenciando os tipos de espaços e relações sociais que nele desenvolvem.
A construção do conhecimento se faz por etapas, na primeira etapa a criança adquire noção do espaço por meio dos sentidos e dos movimentos que ela faz no seu dia-a-dia, posteriormente, a criança substitui uma ação ou objeto por um símbolo que pode ser uma imagem ou uma palavra, nessa época ela já sabe falar sobre os espaços, desempenhá-los e descrevê-los.
Os professores e a escola devem conhecer as etapas de construção do espaço e somente dominando-as passa a considerá-las concretamente no trabalho diário com as crianças.
Várias são as brincadeiras que estimulam o desenvolvimento das relações topológicas de forma lúdica, mas para que o aluno perceba e consiga, por meio da percepção, fazer sua representação, é importante que não só as noções espaciais tenham sido estimulada e construída, mas também estejam adequados os processos de aprendizagem e os conteúdos ensinados.
O processo de concepção do espaço pela criança faz parte do seu desenvolvimento que se inicia com o seu nascimento, e a brincadeira na fase infantil é muito importante, pois é caracterizado por seu alvo residir no próprio processo e não no resultado da ação.
Uma pesquisa foi realizada em duas escolas de realidades diferentes, uma da rede privada localizada na região central da cidade, e outra da rede pública localizada na região de periferia da cidade, denominadas: Escola A e Escola B respectivamente.
Várias atividades foram desenvolvidas considerando que quando as crianças as brincam estão se comunicando, construindo e aprendendo.
O que mais ficou claro no desenvolvimento desse trabalho foi a influencia do meio, e naturalmente do meio social em que vivem, refletindo-se de forma marcante nas concepções infantis com o desenvolvimento do aluno, percebemos que o meio (espaço) exerce importante papel na continuidade da alfabetização cartográfica do aluno ao longo de sua vida.
A construção da noção de espaço pelo aluno requer uma longa preparação e se realiza por meio da liberação progressiva e gradual do egocentrismo. E dessa forma o trabalho com o mapa pode se tornar mais significativo para o aluno e menos trabalhoso para o professor.
O ponto de partida para o estudo para professores do ensino fundamental, séries iniciais e finais deve ser os conceitos espaciais e suas representações.
A própria criança adquire a percepção de espaço, de acordo com as peculiaridades de cada criança.
O professor deve ser um agente motivador do desenvolvimento do potencial dos seus educandos e os mesmos crescerão desenvolvendo uma visão de mundo mais crítica, tornando-se um agente no processo de produção do conhecimento.
O professor em seu momento de atuação deve ser ousado ao usar materiais e métodos diferenciados no processo de ensino aprendizagem.
A geografia passou de meramente descritiva a uma geografia que assume uma tendência em viabilizar abordagens históricas e geográficas integradas em relação ao espaço em estudo na sala de aula.
O objeto de estudo da geografia vai desde o que está mais próximo de nós à aspectos mais longínquos, ou seja, trabalha do local ao global, podendo passar por todos os espaços inseridos nesse contexto de forma interdependente.
Os professores devem estar mais comprometidos com os problemas e dificuldades atuais, acompanhar os fatos, com criticidade, propriedade e autonomia, contextualizando-os, analisando-os e discutindo-os com base nos parâmetros mundiais, e pelo desenvolvimento de novas propostas pedagógicas.
A prática de sala de aula nos proporciona momentos únicos e o planejamento das atividades dá estrutura para as aulas.
Trabalhando com diferentes linguagens as autoras deixam bem claro os objetivos a serem alcançados com cada atividade ou linguagem utilizada, inclusive destacam que vários tipos de jogos, envolvendo conteúdos escolares, podem aproximar os trabalhos pedagógicos e não devem ser uma competição mas um estímulo para aprender.
Trabalhar com jornais e outros materiais periódicos em geografia além de possibilitar o enriquecimento e a atualização do conteúdo escolar, transformando as informações em um elo que liga a sala de aula à dinâmica da realidade social.
O ato de estudar o lugar e localização permite ao educando perceber que a localização é absoluta, porém a orientação é relativa e o estudo do trânsito que foi um dos temas abordados pelas autoras auxilia no estudo do espaço geográfico, pois o ir e vir das pessoas pelos espaços de convivência exige que se faça uma leitura do espaço.



Referência: RUDNICK, R. E SOUZA, S., O Ensino de Geografia e suas Linguagens

Um comentário:

  1. Tem como hospedar este livro em PDF...nem que seja somente por 3 dias ?

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